Falar sobre cinema e identidade é sempre algo que me motiva, pois envolve diretamente minha pesquisa de doutorado sobre o cinema chinês do início do século XX, período anterior à Revolução Popular de 1949, cujas construções identitárias moldaram o cinema chinês até hoje. A relação entre coletivo, etnicidade, gênero e ideologias políticas já estava presente naquela época e segue alimentando debates positivos e críticos sobre os rumos do cinema chinês.
A identidade chinesa, longe de ser um conceito homogêneo, é um terreno marcado por múltiplas disputas e negociações – especialmente quando observada através do cinema. Diferentes “Chinas” coexistem no imaginário fílmico: China Continental, Hong Kong, Taiwan e, ainda, as comunidades chinesas da diáspora, como as da Malásia.
 |
Cena da minissérie Chasing the Murderer for 500 Days |
Essa diversidade desafia qualquer definição estática do que é “ser chinês”, um processo que o cinema expõe, negocia e problematiza desde o século XIX.